Se você é daquelas pessoas que tem muita vontade de morar fora do Brasil e, de quebra, pensa em aprimorar seus estudos depois do mestrado, o doutorado é uma ótima escolha! A gente sabe que a vida acadêmica não é fácil, mas quem disse que seria? Então, antes de passar por algum perrengue, é preciso pesquisar muito bem e tirar todas as dúvidas sobre o doutorado. Quer fazer doutorado em Portugal? Então vem dar uma olhadinha no que reunimos para te ajudar nessa pesquisa.
Até bem pouco tempo atrás, pensar em fazer um doutorado fora do Brasil era sinônimo de concorrer a uma bolsa de estudos. Normalmente financiada pela CAPES ou pelo CNPq (existem outros fomentos, mas vamos dar esses dois exemplos). Sempre foi muito concorrido e muito desgastante passar por esses processos seletivos. Não sei vocês, mas na minha área (Artes/Educação) a coisa nem sempre foi fácil. Tudo bem, o que eu quero dizer é que: hoje, a situação da Educação/Pesquisa no Brasil não vai lá muito bem.
Vi muitos colegas de outras áreas sofrendo bastante com essa redução de vagas para os editais. Não quero entrar aqui nessa discussão (sobre o tema bolsas/pesquisa/vagas e etc.), mas foi então que muitos deles optaram por custear seus estudos.
Mas, Cibele, é muito caro pagar um doutorado em Portugal! Não vou mentir, é caro sim. Caro para quem não tem uma renda entrando todo o mês. Mas, ao mesmo tempo, é uma escolha. Tenho muitos amigos que são funcionários públicos e pediram licença para fazer o doutorado; outros que (como eu) vieram na cara e na coragem sem bolsa, apenas com as economias; e outros que, ♪♫♩para nossa alegria♪♫♩, tem uma bolsa de estudos (financiada pelo Brasil ou pela Europa). Como dá para perceber, as possibilidades de fazer um doutorado, são muitas. Mas antes de tudo, precisamos saber: o que queremos? Qual área queremos seguir? Como funciona o processo de seleção? Como funciona o pagamento? Como funciona o visto? Como escolher um doutorado em Portugal?
Como assim? Explica isso melhor!
Claro! Explico sim. Vamos partir do começo. Preparado?
Tudo sobre Doutorado em Portugal em 10 dicas
1. O começo de tudo
Já falamos no post sobre as dicas do Mestrado sobre as nomenclaturas usadas por aqui. Se você tem dúvidas ou quer saber direitinho, dá uma lida por lá. O Doutoramento aqui é chamado de 3º Ciclo de estudos. Para começar, você precisa escolher o curso de Doutorado que quer fazer. Aqui em Portugal, o Doutorado é chamado de Doutoramento. Na maioria dos sites das Universidades, é possível identificar o espaço para o Doutoramento já nas abas que indicam quais os cursos que a Universidade tem. Olhem o exemplo da UP:
Assim que você tiver ideia de qual área gostaria de seguir (às vezes pode não ser a mesma da sua formação), você precisa fazer um trabalho de formiguinha: ir de site em site e ver quais as possibilidades de cursos cada Universidade oferece. Nós listamos, no post sobre as Universidades Públicas Portuguesas, todos os sites de universidades públicas. Para começar a sua procura, basta ir até o post e navegar nos sites.
Huum…mas se as universidades são públicas, por que tu falou em pagar?
Bom, antes de seguir com as dicas, é importante vocês saberem que, mesmo as Universidades sendo públicas, existe um custo mensal de “manutenção” do aluno e do curso. Esse custo tem o famoso nome de propinas. Cada curso de Doutoramento vai ter um valor diferente. Vamos exemplificar aqui: um curso pode custar 2.500€, 3.000€, 3.500€, 4.000€ (e por aí vai) anuais. Esse valor, dependendo de cada Universidade, será dividido mensalmente, bimestralmente ou trimestralmente. Então, você consegue parcelar o seu Doutoramento desta forma. Mas calma, nós brasileiros fazemos parte da comunidade pertencente a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa). Então, o Brasil tem um acordo com Portugal que ajuda a reduzir bastante o valor dos cursos. E, se você tem curiosidade para saber como pode baixar mais ainda os custos do seu estudo, dá uma lida no post sobre a Redução de Propinas.
2. Correndo atrás dos prazos! (corra #Maracujalino, corra!)
Depois de escolher o seu curso, você deve entrar na página do Doutoramento escolhido e ver se o processo seletivo para ingresso está aberto. Se você ainda não sabe como funciona o ano letivo, a gente te explica. Aqui na Europa, o ano letivo começa em Setembro. Então os processos seletivos, abrem normalmente em Junho ou Julho. É bom ficar atento aos prazos! Em, geral, as Universidades tem mais de uma chamada (fases) para o edital de candidatura, mas por via das dúvidas, fique atento para participar da primeira.
3. Em busca de uma bolsa Prada de estudos.
Se você percebeu que o edital esta aberto, é a hora de procurar por algum edital que possa financiar o seu doutorado. Normalmente, no Brasil, os editais estão abertos no início do ano. Você pode fazer a busca no site da CAPES e do CNPq. Outra possibilidade é tentar uma bolsa Erasmus. O Erasmus Mundos é um programa europeu que foi criado para estimular o intercâmbio entre as culturas através do ensino. Se você gostaria de tentar uma bolsa Erasmus, basta entrar no site do Erasmus Mundos no Brasil . O site foi criado para ajudar os estudantes brasileiros a tirarem suas dúvidas sobre o programa. Todas as informações são em português e isso facilita na busca pelos subprogramas oferecidos pelo Erasmus Mundos. Vale lembrar que cada edital de fomento tem suas regras. A principal e que não pode ser ignorada é: tenha em dia uma língua estrangeira.
4. Concordando com o edital da minha Faculdade
Agora com bolsa ou sem bolsa, basta seguir o passo a passo do processo de seleção da Universidade portuguesa que você escolheu. Tem um detalhe bem importante aqui: caso você não saiba, um Doutoramento na Europa dura 3 anos. Claro que ele pode ser prorrogado, mas o normal são 3 anos e não 4 como no Brasil.
5. Reunindo meus documentos
Algumas Faculdades exigem que os diplomas de Graduação e Mestrado sejam apostilados. Outras não. Isso você só saberá entrando em contato com a secretaria do curso que você escolheu. O fato é que, independente do apostilamento, você vai precisar apresentar seus diplomas e, quem sabe, seu histórico escolar. Já vai se preparando para a pilha de papéis que a gente reúne desde a graduação (haja diploma e histórico!). Se quiser saber como funciona o apostilamento é só clicar aqui.
6 – Dinheiro na mão é vendaval
Você está fazendo o processo seletivo e descobre que, para se inscrever no processo, precisa pagar uma taxa. Mas como vai fazer para pagar se está no Brasil? Bom, muita gente costuma fazer a transferência através dos Correios. É uma prática muito comum. Os Correios do Brasil tem uma modalidade chamada Vale Postal Internacional. As Faculdades já estão acostumadas com este processo e acabam indicando a melhor forma de transferir o dinheiro. Isso vai ser bem importante pois, caso você seja aprovado, precisará pagar também a taxa de matrícula e fará o mesmo processo. Se você conhece o Transferwise pode fazer por ele também.
7. Nem sempre o projeto existe foi idealizado, ainda bem!
O processo seletivo costuma ser muito simples. Na maioria das Faculdades, você não precisa ter um projeto quase pronto para concorrer, tampouco um projeto. Algumas Faculdades exigem apenas uma carta motivacional ou a intenção de plano de estudos. Claro, isso vai depender muito da sua Faculdade, mas o processo é muito simples. Você não precisa sair do Brasil para efetuar o processo seletivo, não há provas. Em Portugal, a maioria das Universidades adota a prática da experimentação e identificação do aluno com o futuro orientador e com a ideia de pesquisa. As Universidades que adotam esse sistema utilizam o primeiro ano para isso: aquele processo cabuloso de pensar qual é o seu objeto de pesquisa.
8. Junta “os papér”, tenho que solicitar meu visto!
Depois do processo, vem a euforia da aprovação (assim esperamos). Com isso, surgem algumas dúvidas: Como vou pagar? O que preciso para poder ir (documentação)? Posso levar meu companheiro ou filhos comigo? Burocracias. Agora, é a hora de reunir os documentos da aprovação e solicitar o seu visto. Você vai entrar em contato com o Consulado responsável pela sua cidade e perguntar o que é necessário para solicitar o visto. Seus filhos ou cônjuge vão como turistas. Ainda não é o momento de solicitar um visto para eles. Se você quer saber quais os documentos para o visto de doutorado, clica aqui.
Sobre o pagamento, as Universidades costumam permitir que os estudantes brasileiros efetuem o pagamento das primeiras mensalidades assim que chegarem em Portugal. A única etapa que elas exigem que seja feita à distância é o pagamento da matrícula. Mas isso a gente já indicou como fazer no item 6.
9. Quem pode ir comigo?
Você já solicitou o seu visto. Agora está na hora de saber que, se você veio com um financiamento do Brasil, seu cônjuge e filhos têm direito a receber uma taxa para manutenção no país de destino. Se você veio com Bolsa Erasmus, isso infelizmente não acontece. E, se veio por conta própria, nem falo nada, HAHAHAHA. Contudo, você pode reagrupar seu cônjuge e filhos (se for o caso) ao seu visto. Saiba que Portugal aceita a União Estável, então se você tem um documento que comprove sua União Estável, já separe ele. Se não tem, agilize! Esse documento pode ser feito em todos os cartórios do Brasil e cada cidade tem uma tabela diferente de valores.
Assim que chegar em Portugal e já tiver o seu cartão de residência, você vai solicitar o reagrupamento familiar. Quer saber mais sobre o processo? Dá uma lida no post sobre o Reagrupamento Familiar. Essa é a hora de solicitar o visto dos seus familiares.
10. Bora trabalhar?
Quer uma noticia MARA? Você pode trabalhar com seu visto de estudo altamente qualificado! Sim, meu amigo! Se você veio sem bolsa, voilá. Suas chances de conseguir custear seu Doutoramento aumentaram. Não é fácil, óbvio. Nada é fácil na vida. Mas o fato de você ter um visto de pesquisa altamente qualificada já é um grande passo. Quer saber mais? Seus filhos (se tiverem maioridade) e seu cônjuge também podem trabalhar por estarem vinculados ao seu visto. Quer notícia mais delicinha que essa?
Ah, não podíamos deixar de compartilhar com você que sempre existe uma chance para conseguir uma bolsa de estudos. Depois de ter completado o primeiro ano do seu Doutoramento, você pode tentar uma Bolsa de estudos da FCT. Gostou de saber disso? A gente sabia que sim! 😀