Ai, 2018, você foi aquele ano Deus me livre, mas quem me dera, né nom? Cheio de altos e baixos vividos com a intensidade de uma libriana com valores fortes e fome de superar desafios gritando no peito. Tem gente que não gosta de escrever/ler textos ou listas sobre o ano que está por vir, mas acho que gratidão sempre cai bem e colocar coisinhas na balança sempre nos faz perceber quantas conquistas tivemos esse ano. Aqui e mais uma vez, abrirei o peito e o transformarei em palavras para quem tiver a coragem de ler.
O fim de 2017 foi bastante complicado, como um reflexo do ano, ao qual me rendeu no meu primeiro ano da Avenida dos Aliados com mais álcool do que sangue nas minhas veias e a vontade de não lembrar de muita coisa. Rodeada de colegas do curso e pessoas muito queridas que andavam por aqui: todos os desgarrados unidos em um bonde só. Apesar dos pesares, todas as lembranças nebulosas daquele dia (que são mais flashs do que uma história com começo, meio e fim) são bastante positivas. Dentro de mim, apesar de todas as coisas dizerem ao contrário, o sentimento era a certeza de que 2018 seria um ano bom, com promessas boas e claro, com boas lutas (como nunca deixou de ser since 1992). Ok, todo mundo sempre prospecta sentimentos bons para o ano seguinte, mas eu realmente tinha certeza – como se decretasse aos quatro ventos.
“Milagres acontecem para quem vai à luta” sempre foi e é um lema muito presente na minha vida. Nada nunca veio de mão beijada por aqui e imagino que para a maioria de vocês também não. O ano já se iniciou no esquema dissertação e foi assim durante grande parte deles. Reuniões mil com o orientador, terapia para desafogar o que comprimia o peito e muitas e muitas horas na frente do computador, de livros e principalmente dentro de uma rotina que sufocava, mas “tinha que ser”. Enquanto via todos no verão, saindo e postando fotos, me via dentro do quarto ou então aproveitando o sol da laje pra secar o cabelo e repor a vitamina D enquanto lia um livro pra dissertação (útil + agradável). Quando precisava ir até a praia, a menina de Brasília que nasceu em terra de mar era porque sentia uma energia puxando e quase gritando dentro de si por um “descarrego” junto à natureza (mesmo que o pé quase caísse no contato com a água congelante ou a pele sofresse esfoliação).
Foi um ano em que tive perdas fatais ou de pessoas próximas. Novamente, para um caso, percebi o quão difícil e pesado é ter uma perda de um familiar quando se está longe da sua família. Não poder dar um abraço nas pessoas que estão lá sofrendo é sofrer mais, mas realmente é desapegar disso também. Todos nós vamos embora e, em alguns casos, é o velho e sincero “para esta pessoa e neste caso, foi melhor assim”. Em outros casos, é o tal do amadurecimento. Saber quem você é e seus valores é algo que cada vez mais eu percebo que tenho aprendido. Quando você está só, não tem amigos ou família para te lembrar quem você é nas tuas decisões diárias, então parece que a vida te “força” a falar: oi, se as suas entranhas berram por não aceitar isso, não aceite. E tudo bem, este é você. Se algumas pessoas e em determinadas situações não entenderem isso e ponderarem que para ela não vale a pena, pronto, não vale. Mas é importante demais ter essa certeza de si – tanto para o lado bom, para reconhecer cagadas, né mores.
Neste ano, sofri muito com o blog, por não ter quase tempo para postar por aqui. Em tempo de tantas redes sociais, vejo o mundo passar aos olhos, as milhares de fotos que tiro para posts futuros nas diferentes redes sociais e nunca compartilhei. Deparei com momentos em que, muitas vezes, descobria algo e queria contar, mas outra pessoa ia lá e contava, aí lá vinha o diabinho sussurrar no meu ouvido “Olha, Camila, fazem mais rápido, fazem melhor, blablabla” e o anjinho dizendo: “ow, liga não, que o que importa é que tu gosta disso que tu faz, uma hora a coisa vai dar certo. O nosso tempo não é o tempo das coisas”. Surpreendentemente, o anjinho ganhava na maioria das situações, mas o desânimo bateu e por isso que foi TÃO importante contar com os comentários e mensagens de cada um de vocês. O meu obrigada a cada um de vocês por isso.
No outro lado deste desânimo, trabalhei duro e colhi muitos frutos com o blog. Recebi e-mails para parcerias; participei de eventos; fui convidada pela Momondo para a premiação dos blogs de Portugal que me deixou infinitamente feliz; consegui viajar para Lisboa e passar um tempinho a mais para conhecê-la melhor (inclusive aqui estão a parte 01, parte 02 e parte 03 desta viagem); fui reconhecida na rua por alguns queridos e queridas algumas vezes (hihi, aquele mix de mara com esquisito); cheguei aos 1000 likes do instagram e depois aos 2000; fiz o guia do Veg and Go! Porto sair do papel com ajuda da Aliança Animal; tive coragem para finalmente criar um canal no Youtube; fiz o guia de brechós ou lojas de segunda mão do Maracujá; criei um grupo do Maracujá Roxo para discussão lá no Facebook; virei embaixadora da Momondo (ao qual mal estou postando coisas –‘); consegui interesse por parte de algumas colaboradoras (inclusive, já viu o último post da Bru?); fiz roteiros personalizados de viagem; para fechar com chave de ouro, conheci o casal que mais admiro a termos de produtores de conteúdo do Brasil (Dani Noce e Paulo Cuenca) e pude andar com eles pelo Porto, mostrando a minha forma de ver a cidade.
Pessoalmente, conheci Praga, Nuremberg no início do ano em uma das viagens que me fez conhecer muito sobre mim mesma; apresentei a minha dissertação de mestrado para a banca com muita leveza no peito (mas com o aperto de não contar com pessoas muito queridas na plateia para viverem o momento comigo) e obtive 19 valores com muito suor e orgulho (depois vai ter um post sobre isso por aqui, prometo); fiz a primeira viagem sozinha da minha vida para a Bélgica e Alemanha e serei eternamente grata a ela e aos dois países por tudo o que mudaram em mim; adotei um gato – mas que na verdade acho que fui adotada por ele (sim, foi lá no Porto dos Gatos, haha); organizei um evento de clube de leitura para mulheres (que terão outras edições e avisarei por aqui assim que souber mais); consegui um emprego para trabalhar nem design e redes sociais no segmento de desperdício alimentar (porque sempre joguei ao universo que queria um trabalho que fizesse a diferença no mundo e assim aconteceu); pude receber meu melhor amigo de muito mais de 10 anos de amizade na minha casa e relembrar o que era casa de verdade; recebi uma amiga que está mudando de vida e tranquilizá-la me fez bem; pude receber os meus pais na minha casa pela primeira vez na vida, ter o prazer de vê-los em uma nova fase da minha vida realmente não tem palavras que descrevam e finalmente passar o Natal, aniversário da minha mãe e o Ano Novo, dentre tantas outras datas que há mais de 2 anos não passava com eles.
Para já, peço desculpas pela ausência de posts, mas muita coisa se passou na minha vida nestes últimos tempos e sabe como são as novas rotinas, né? Demoram até assentar. Mas para este novo ano, sei que tudo dará certo, principalmente se vocês continuarem por aqui!
Bom, família querida de seguimores, um bom 2019 para todos vocês, só consigo desejar as melhores coisas do mundo e que eu e o Maracujá estejamos presentes da sua vida de qualquer forma positiva possível, porque este é o meu propósito com este projeto. Que muito crescimento pessoal venha para você, muito amor, saúde e sucesso nos seus novos projetos também! Em bom português tuga: boas entradas, seguimores!
