E vamos de post sobre arquitetura do arquiteto brasileiro que quer compartilhar as experiências arquitetônicas que o Porto oferece. Quando você conhece uma cidade como esta, você se depara com prediozinhos históricos, todos coladinhos, alguns decorados com azulejos entre ruas apertadas. E não só, há também as igrejas e edifícios monumentais que lembram um passado distante e ao mesmo tempo presente do Porto. Maaaas, a obra que vamos falar aqui é deste século mesmo: A Casa da Música, que no mês deste post fez 15 anos de idade! A debutante do Porto.
Em 2001, Porto e Roterdã foram escolhidas como Capitais Europeias da Cultura que fez com que essas duas cidades criassem programas culturais, sendo que uma das propostas foi um edifício no Porto que serviria de residência para a música. Então, terminada em 2005, A Casa da Música é um projeto de Rem Koolhaas que serve de sede da Orquestra Nacional do Porto e fica ao lado da histórica Rotunda da Boavista.
O edifício foi pensado de forma com que “conversasse” com a cidade, traduzindo: quando estamos na rua, conseguimos ver o que está acontecendo dentro da Casa por causa das grandes janelas voltadas para a cidade.
Reprodução | ArchDaily
A Casa da Música é um daqueles monumentos que é impossível de não identificar no momento que você bate os olhos, pois a bicha tem uma forma totalmente diferente do seu entorno. Como a moça da visita guiada disse, o prédio parece uma pedra espacial que caiu no Porto e ainda deformou o chão, como se vê na imagem.
O mais interessante, é que essas “deformações” conseguiram reunir skatistas do Porto que agora utilizam o pátio da Casa da Música, e está aí mais uma “conversa” com a cidade que ela conseguiu fazer! E quem sabe não é aquela oportunidade de levar um tombo ao aprender a andar de skate? Quem nunca?
Reprodução | Olhares | Foto por Pedro Brandão
A primeira impressão!
A primeira coisa que pensei quando a vi foi: “cara, que f***!” e a segunda: “e agora, por onde entra?”. O edifício em concreto branco possui várias faces que já confundem a entrada. Agora, imagine por dentro… é um labirinto, mas para mim isso é sensacional, pois sempre há uma sensação de descoberta e surpresa dentro do prédio.
A Casa da Música é dividida por salas, tem a Sala Suggia, que é o auditório principal e outras salas de apresentação como a Sala 2 e a Cibermúsica, além de vários outros espaços para ensaio, estúdio de gravação, área educacional, salas VIP, restaurante, café e bares e estacionamento subterrâneo. Ainda, a Casa conta com músicos residentes que compõe os grupos de:
- Orquestra Sinfónica
- Orquestra Barroca
- Remix Resemble (música contemporânea)
- Coro
- Coro Infantil
- Residências Artísticas e Serviço Educacional
Sala Suggia, Sala 2 e Cibermúsica
Primeiramente, a Sala Suggia é o maior e o principal auditório da Casa da Música. Esta sala é uma surra de beleza com suas paredes em talha dourada e sua incrível iluminação natural. São 7 janelas que dão vista para fora ou para outros ambientes internos. Como diz o próprio site da Casa “é o único concert hall do planeta onde se pode tocar música exclusivamente com luz natural, suficiente para a leitura de partituras“. E toda essa luz é refletida pelo ouro nas paredes fazendo dessa sala um espetáculo por si só.
Reprodução | ArchDaily
A Sala 2 é a segunda maior sala com 300 lugares sentados e abriga qualquer tipo de evento pela sua flexibilidade na hora de montar ou desmontar um espetáculo. Esta sala adquire um tom avermelhado por causa luz vinda da janela ao Sul que é refletida pelos revestimentos avermelhados das paredes e teto.
A Cibermúsica é uma sala flexível em uso, sendo usada para reuniões, concertos menores e palestras. A sala é revestida por borracha e espuma verde de um lado (quando fiz a visita guiada, fiquei apertando a borracha, mas não pode viu meninxs) e do outro somente o concreto aparente. E isso permite com que provoque efeitos diferentes na propagação do som.
Reprodução | Vitruvius
Restaurante da Casa da Música e o CAFÉ
Um dia ei de ir ao Restaurante da Casa da Música! Pois imagina o cenário de assistir à um espetáculo musical e depois jantar no terraço do mesmo edifício com uma vista para a Rotunda da Boavista e a cidade (deixo aqui meu desejo para o futuro). E me parece um cenário caríssimo, mas o chef Artur Gomes, que é o responsável pela cozinha do restaurante, diz que propõe pratos de qualidade por preços mais acessíveis! O cardápio tem um preço médio de 25€ com entrada e prato principal… Ainda falta para ser acessível para mim, mas ok! Uma vez na vida, a experiência vale. E se você já foi, por favor compartilhe a experiência com a gente!
Mas, além disso, tem o CAFÉ que fica no térreo e tem acesso para a praça da Casa. Também é comandado pela equipe de Artur Gomes, e oferece menus diários a partir de 7€ incluindo entrada, prato principal, sobremesa e uma bebida. Acredito que o mais legal do CAFÉ é a sua ligação com a praça da Casa onde acontecem concertos que buscam privilegiar músicos emergentes. O CAFÉ funciona todos os dias das 09:00 até as 24:00 horas. Ahhh, a Camila fez um post sobre lugares para estudar e trabalhar no Porto e incluiu o CAFÉ na lista, dá uma conferida lá!
Reprodução | Visão
Vale mencionar que nem todos os espaços da Casa da Música são de livre acesso, mas se você quiser conhecê-los, uma das formas é fazer uma visita guiada que custa a partir de 10€ diariamente das 11:00 às 16:00. Ou quem sabe, aproveitar para ver um espetáculo musical em uma das salas… dá uma olhadinha na agenda da Casa da Música.
Infelizmente, este post foi escrito durante a pandemia do Covid-19 e obviamente a Casa da Música suspendeu suas atividades por algum tempo. Mesmo assim, a música não para! Foi lançado o blog da Casa da Música que é uma plataforma que irá compartilhar fotografias e vídeos de concertos que já aconteceram por lá.
