Você tá vindo para Portugal e aí já sabe o que esperar né: pastel de nata, bolinho de bacalhau, vinho do Porto… Aí você vem pro Porto e descobre mais uma iguaria portuguesa chamada Francesinha. A Francesinha é tipo um sanduíche cheio de embutidos dentro, com queijo por cima e ensopada em um molho picante que o povo aqui piiiiiira. Aí você pensa: nossa, Camila, mas você é vegetariana né, que pena, nem vai provar isso… Então meus amores, aí é que são elas! Achei um canto que tem uma ementa com vários pratos veganos. Vos apresento o restaurante Francesinhas Al Forno da Baixa!
Camila, mas diqualé a desse nome aí, por que se chama francesinha e qual a história desse prato?
Como Maracujá Roxo também é cultura, a gente pode te dizer brevemente que Daniel David de Silva, imigrante português das terras do Bouro (Braga), se interessou muito pela mulher francesa e disse que “a mulher mais picante era a francesa” (bebê, não ninguém pode culpar ele por não conhecer brasileira não é mesmo? hahaha). Brincadeiras à parte, ele foi à França para fazer um serviço de hotelaria e voltou ao Porto para trabalhar no restaurante e cervejar A Regaleira. Inspirado pelo sanduíche francês croque-monsieur (imagem abaixo), ele deu origem à Francesinha!
Vou deixar um mini documentário MUITO BOM que conta a história da francesinha. Vale a pena ver se você se interessa pela história culinária. O desafio para quem já conhece a francesinha é ver isso sem salivar ou querer sair comendo uma.
Agora que você já entendeu essa história aí, que tal a gente passar finalmente para a experiência do restaurante?
Bom, fui com uma amiga ao restaurante e chegamos lá por volta das 20h. O restaurante é esse aí acima. Não sei o que aconteceu, mas nesse dia estava mais vazio. De qualquer forma, não achei ruim porque fomos realmente MUITO BEM atendidas. Escolhemos uma mesa e nas mesas já estava uma entrada posta.
WARNING! SINAL VERMELHO! Aos desavisados, fica a dica: essas entradas que parecem de graça são cobradas, ok? Normalmente você pensa que é cortesia e vai logo enfiando o bocão, aí depois quando vem na conta aquele pãozinho esperto não adianta ficar mal, hein? Não diga que não avisamos. Neste caso, os pães com as manteigas saíam por 2,50€, as azeitonas com orégano e alho por 1,50€ e o pratinho de presunto ficava por 3,30€. Assim que fomos nos aproximando da mesa o garçom foi perguntando se alguma de nós ia querer a ementa vegetariana e eu disse que sim. Aí ele disse que tinha de cortesia (grave essa palavra) uma entrada para nós. Quando falarem cortesia, meu amor, se joga porque é sucesso, é de graça e a gente gosta #PobrezaNaVeia
Decidimos então ficar com o pratinho de pães e pegamos as entradas-cortesia: para os não-vegetarianos eram moelas e para os vegetarianos eram cogumelos num azeite com ervas e uma pimentinha sucesso. Bom, para quem não sabe, além de ser vegetariana eu sou alérgica à pimenta, mas gosto muito dela, então dou umas escapadinhas, sabe? Bem no estilo “encare as consequências disso”. Re. Essa entrada aí com pão é babado, perigo e confusão. Já gostei só daí.
Hmmmm, só de ver essa foto já salivei aqui. E então, vamo deixar de enrolação e ir pro prato principal? Hora de decidir as nossas e eu fiquei chocada com a quantidade de opções do menu vegetariano, olha só isso! O garçom nos disse que lá tem muito mais do que VINTE tipos de Francesinha. É mole ou quer mais?
Bom, a francesinha da minha amiga foi a Do Murcom que vem com carne assada, salsicha e linguiça frescas, fiambre e queijo. Bem leve do jeitinho que tem que ser. Vocês tinham que ver a cara da minha amiga quando colocou o primeiro pedaço da francesinha na boca. Os olhos arregalaram que eu não sabia se ela tinha dado algum jeito ou o que que era. Juro. Quando perguntei “o que foi?” ela disse “ESSA CARNE É MUUUUUITO BOA!”. Ou seja, a julgar pela cara que ela fez e fazia toda vida que comia um pedaço, acreditem: é boa.
Passemos à versão vegetariana então? A Francesinha que pedi foi a Francesinha Seitan, em que vai bife de seitan (uma espécie de bife de proteína de trigo), salsicha, tomate, pimentões e queijo. Na hora de fazer o pedido, eu pedi para que ele colocasse o molho a parte por eu ter essa coisa toda com a pimenta e ele me questionou se eu queria com ovo. Se eu pedisse sem ovo, viria com cogumelos em cima e seria uma francesinha completamente vegana (como todos os outros pratos), mas eu pedi com ovo, justamente porque gosto e queria provar o molho da francesinha e o ovo me ajuda a quebrar com essa picância toda.
Como as francesinhas não vinham com batatas fritas para acompanhar, pedimos uma porção para dividir que ficou por 1,50€. Na minha opinião, francesinha sem batata frita pra molhar no molho não dá não, minha gente!
Aí pronto, você tá lá feliz e satisfeita… Tá, mentira, você já está rolando e provavelmente teve que ignorar um pouco das fatias de pão para dar a prioridade para o recheio (#realidade né mores) e aí você pensa: “ok, vamo pedir a conta” e o garçom vem com um “querem experimentar a nossa sobremesa vegana? É um cheesecake!” – Oi, querido, não tem mais espaço aqui dentro não, tá bom? Mas fica pra próxima – que será quando? Logo! Depois de tudo ele veio todo querido e trouxe uma dose de vinho do Porto para cada uma como o digestivo. Minha amiga ainda tomou um café e foi isso.
Se eu provei, aprovei, indico e indicarei? SIMMMMM! Eu tenho duas amigas que são intolerante à lactose, mas não são vegetarianas, então eu perguntei ao garçom se haveria a possibilidade de colocar o queijo vegetal para que elas pudessem comer a francesinha que quisessem sem nenhum problema. Ele disse que as alterações todas são possíveis para deixar o cliente satisfeito mas que as vezes o local está cheio e pode ser que não seja perfeito quanto seria se estivesse mais vazio. Então fica a dica! Agora vamos ao quadrinho de serviço?
Ah! Vou deixar o menu aqui também que eu fotografei! :p