Já ouviu aquela música do Barão Vermelho chamada “o poeta está vivo“? Se você já ouviu, certamente vai lembrar do trecho “O poeta está vivo/Com seus moinhos de vento/A impulsionar a grande roda da história”. O trecho da música não poderia ser mais coerente com o lugar que fomos visitar. A Holanda é considerada o país dos moinhos e foram estes moinhos que fomentaram, durante muitos anos, o sustento do país – junto de outros artifícios.

Nos tempos atuais, a Holanda ainda conta com alguns moinhos que ilustram um período grandioso nos Países Baixos. Os moinhos eram utilizados para moer grãos, trazer água até os vilarejos, ajudar a controlar o nível da água (falamos sobre isso no post que conta a história das casas tortas de Amsterdam, lembra?), entre inúmeras situações.

Mas, Cibele, onde que ficam esses moinhos na Holanda?

Zaanse é uma cidade próxima a Amsterdam e Zaanse Schans é um vilarejo dentro de Zaanse. Fica a uns 15km de Amsterdam. A região de Zaanse foi muito conhecida por concentrar um grande número de moinhos nos séculos XVIII e XIX. Zaanse Schans é um vilarejo que fazia parte dessa estatística. Porém, entre os anos de 1961 e 1974, Zaanse Schans foi reorganizada. O lugar acabou recebendo mais casas e moinhos que foram levados para o lugar através de reboques. Ali se construiu o maior museu a céu aberto sobre a vida holandesa nos séculos XIX e XVIII.

Óbvio que não é a vida como ela ERA, mas uma REPRESENTAÇÃO de um passado que ainda hoje atrai muitos curiosos. Zaanse Schans é um lugar muito turístico e por lá passam em média 1 milhão de visitantes todos os anos. Mas não é difícil ir até lá e encontrar o lugar mais calmo. Durante a semana e no inverno isso é bem mais fácil de acontecer, justamente porque a maioria das pessoas espera o tempo estar mais ensolarado e menos frio para fazer o passeio.

Como é o passeio? Quanto custa?

Entrar em Zaanse Schans é gratuito. Você só precisa levar sua curiosidade e alto astral para se divertir! Ao longo do percurso, você observa as casinhas que ficam nas margens do rio Zaan e vai entendendo como era viver na beira da água. Quando você vai entrando no vilarejo, vai observando que cada cantinho tem uma história diferente. Os moinhos ficam concentrados em uma rota única, costeando o rio Zaan. Dentro do vilarejo existem 6 moinhos. Alguns deles estão abertos a visitação e você pode conhecer como era o trabalho realizado por eles.

Bem ao fundo do vilarejo, fica o museu de Zaanse Schans, ao lado é possível subir no miradouro e observar a paisagem de cima. Os campos amarelados do inverno encantam qualquer pessoa. Difícil mesmo é aguentar o vento gostoso, porém gelado e cortante que nos acompanhou durante todo o passeio. Mas isso, claro, a gente tira de letra! Zaanse Schans abriga mais alguns museus e entre eles o museu do Albert Heijn. Lembra que falamos dele no post sobre os supermercados de Amsterdam? Pois é, o primeiro supermercado da Holanda nasceu em Zaanse. Que legal, né?!

Sei que os moinhos, as tulipas e aqueles tamancos que mais caracterizam a Holanda… é lá que tem os tamancos?

Sim!!! Em quase todo o lugar turístico e mesmo no centro de Amsterdam, você pode encontrar um tamanco. Mas é em Zaanse Schaans que você vai encontrar um museu de tamancos e de quebra ainda vai aprender como eles são feitos. Esses tamancos são chamados clogs ou klomps.

O museu conta a história dos famosos tamanquinhos holandeses e você pode assistir a demonstração de como eles são feitos. Sabia que a madeira é um ótimo impermeabilizante? Como tudo sempre foi muito alagado nessa região, os klomps ajudavam e muito na vida do campo! Já pensou levar uma pisada no pé de uma vaquinha? Ui! Então, exatamente por serem de madeira, os pés dos agricultores ficavam protegidos das adversidades que pudessem haver.

Sempre que tiver um número considerável de pessoas por lá, alguém vai chamar e pedir que as pessoas sentem para ver como é a produção, que hoje conta com a ajuda de máquinas. Apesar de todos os funcionários serem holandeses, dependendo do momento você pode ouvir a explicação em inglês, espanhol ou francês. Tudo vai depender se alguma excursão estiver por lá. Mas isso, sinceramente, não é problema porque a demonstração é TOTALMENTE didática! Quer coisa melhor que aprender um pouco mais da história dos Países Baixos e ainda levar uma lembrancinha para casa?? Quer mais? É GRATUITO!

O processo e a explicação são mais ou menos assim…

Mas, né… E se eu sentir fome?

Tranquilo, lá dentro existem restaurantes, bares e, nos próprios moinhos, você pode comprar um delicioso Chocomel (o Toddynho deles, mas adoçado com mel), chocolate feito ali na fábrica de Zaans, chocolate quente do leite das vaquinhas e cabras (como aqueles que tomamos em Bruges), stroopwafel entre outras gostosuras – como os queijos! Os preços são padrão e não é nada exorbitante. Não, não é como ir em cantos turísticos no Brasil em que enfiam a faca com o pretexto do turismo. Pode comer alguma coisa que é bem tranquilo.

Já quero ir, mas como eu chego lá?

Se você sair da Centraal Station, é muito simples. Você pode ir de ônibus ou trem (também pode ir de Uber se preferir). É só escolher como prefere e ajustar o valor ao seu orçamento. 🙂

Ônibus: Existe uma empresa chamada Conexxion. É por essa empresa que você pode ir para Zaanse Schans. O ônibus é circular (vai e volta para o mesmo lugar), então não tem erro. O bilhete de ida e volta custa 10€ por pessoa e o número do ônibus é 391. Crianças pagam menos. A viagem leva uns 40 minutos e se você quiser dar uma olhada nos horários para se programar, basta clicar qui. Se quiser conhecer a rota, clica aqui. O ônibus te deixa em um ponto bem pertinho do vilarejo.

Trem: Você pode comprar um bilhete de ida e volta direto na Centraal Station e já garantir a tranquilidade do retorno. O trem que vai para Zaanse Schans é com destino a estação Koog-Zaandijk. Não fique assustado em perder a parada. Dentro dos trens existem painéis informativos de qual é a próxima estação e a estimativa da hora da chegada. Tudo é muito organizado. A viagem leva uns 15 minutos, talvez menos. Na verdade a gente não contou o tempo porque tinham outras coisas mais interessantes para fazer, como admirar a mudança da paisagem urbana para a rural.

O bilhete custa 7€ por pessoa ida e volta, mas se você tiver o cartão OV-Chipkaart recarregável, pode adicionar o valor do bilhete nele. Vale lembrar aqui que, para andar de trem, o valor mínimo exigido no seu OV-Chipkaart é de 20€. Então, se você vai para Zaanse Schaans recarregando seu cartão, tenha em mente que precisa ter 20€ + o valor de ida e volta.

Assim que descer do trem é só seguir o fluxo da multidão. Você vai sair da estação e logo já estará em frente ao mapinha do lugar. A partir dali, você saberá para onde ir e como chegar. A caminhada até o vilarejo leva uns 15 minutinhos, nada absurdo para um país que não tem muitas subidas e descidas. Vale muito a pena ir a pé e observar as casas da vizinhança e sentir o cheirinho do cacau que está sendo lapidado na fábrica de chocolates!

Se vale a dica, tira um dia da visita a Amsterdam e vai para Zaans Schans, não vai ter arrependimento, a gente garante! Se fizer uma foto no Instagram, marca a gente pra sabermos que acompanhou nossas dicas #ZaanseSchansComOMaracujaRoxo

Gostou? A gente AMOU!