Sabe quando o universo conspira a seu favor? Ao longo do relato da minha experiência, vocês entenderão como fui contemplada com a sorte de ter pessoas informadas ao meu redor. Antes de contar como consegui uma Bolsa de Estudos em Portugal para concluir o meu Mestrado na Universidade de Porto, faço uma pequena ressalva ao quão importante foi, a nível de informação, morar em uma residência universitária ao longos destes três anos de Portugal. Informação é tudo!
Nem todo mundo sabe, mas Portugal e Brasil mantém alguns acordos que beneficiam ambos e facilitam a vida de tugas no BR e Zucas em PT (mais aqui do que lá, convenhamos). Lembra do PB4? Ele é um desses!
Eu também não sabia! Assim que cheguei em Portugal, alguns brasileiros que moravam comigo na residência da Universidade do Porto me alertaram das principais burocracias que eu precisava resolver antes de concorrer a uma Bolsa de Estudos da Direção Geral de Ensino Superior (DGES)
As principais burocracias para concorrer a sua bolsa de estudos são:
- Ter o cartão de residência válido;
- Fazer o pedido e ter em mãos o Estatuto de Igualdade de Direitos e Deveres – documento destinado só cidadãos de nacionalidade brasileira, com Título de Residência Válido, Residentes em Portugal e que sejam maiores de idade;
- Solicitar o Cartão Cidadão
Como havia dito, fui contemplada com alguns ventos que sopraram ao meu favor. Tanto o cartão de residência quanto o Estatuto de Igualdade demoraram pouco menos de quatro meses entre o pedido até a chegada, prazo que podemos considerar relativamente “rápido” dentro do universo das burocracias e das situações atuais. Com o Estatuto de Igualdade em mãos, pude dar entrada no Cartão Cidadão e, em seguida, realizei o pedido de Bolsas de Estudos da DGES.
Acho fundamental destacar que eu estava entrando no segundo ano do mestrado (setembro de 2018), exatamente o último ano letivo que o Governo Português concedeu a Bolsa de Estudos a estrangeiros já matriculados. Após a publicação do novo decreto para estudantes internacionais é preciso obter o Estatuto de Igualdade antes de ingressar no ensino superior português.
Veja algumas informações que podem te ajudar a conseguir uma bolsa de estudos em Portugal pela DGES
Em Portugal, a bolsa de estudos da Direção Geral de Ensino Superior (DGES) é uma das opções mais comuns e conhecidas para que os alunos de baixa renda possam ingressar no ensino superior. O apoio financeiro, que é pago de forma mensal, é feito a partir de um cálculo baseado na renda da família do estudante. O montante visa custear a mensalidade da própria (em parte, ou total), além de arcar com despesas como o alojamento e alimentação.
Se quiser saber sobre outras opções para graduação, mestrado ou doutorado, dá uma olhadinha neste link aqui: Bolsa de Estudos em Portugal.
Como conseguir a bolsa de estudos?
Iniciei o processo de pedido de bolsa de estudos no início do ano letivo de 2018. No meu caso, eu já havia pago por completo o primeiro ano letivo do meu mestrado pela Universidade do Porto. Para além disso, também já era residente de um alojamento Universitário e realizava todos os pagamentos como estudante internacional.
O primeiro passo antes de iniciar o pedido de candidatura pela plataforma da DGES é ter em mãos o cartão cidadão, que é adquirido por meio do pedido do Tratado de Igualdade de Direitos e Deveres. Sem este documento não é possível entrar com o pedido do auxílio.
Documentos necessários
- Estatuto de Igualdade de Direitos e Deveres
- Cartão Cidadão (NISS E NIF)
- Comprovante de Rendimentos
- Situação regular no país (cartão de residência válido)
Todo o procedimento, bem como o upload dos documentos, são feitos por meio da Plataforma do DGES.
Após a submissão dos documentos, é feita uma análise da sua situação financeira e em algumas semanas o resultado é divulgado no portal. A minha candidatura demorou muito para ser analisada, com isso, realizei o pagamento das primeiras propinas (mensalidades) e só após o terceiro ou quarto mês consegui receber o valor retroativo da bolsa de estudos.
Se quiser saber mais informações, recomendo fortemente a leitura do Guia do Candidato.
Qual é o valor da bolsa?
A resposta é: depende.
No meu caso, consegui comprovar que sou a única pessoa do meu grupo familiar (pois não recebia apoio financeiro dos familiares), com isso pude receber o valor da propina somado ao valor do alojamento Universitário. Ou seja, cerca de 200 euros por mês.
Esse valor me ajudou muito! Durante a manhã eu fazia part-time em um café e, com isso, consegui manter o mestrado, aluguel e mercado tranquilamente.
Embora tenha considerado todo o processo relativamente fácil, acho importante destacar a ajuda enorme que o Serviço de Ação Social da Universidade do Porto (SASUP), me ofereceu durante todo o processo tirando dúvidas e me orientando sobre os documentos necessários.