Você já leu a parte 01 e a parte 02 do nosso especial meu filho vai pra escola e ficou esperando a parte 03? Então não precisa mais esperar. Chegamos com mais um relato super bacana e que pode te ajudar muito nesse processo de matrícula em Portugal. Esse relato diz respeito ao Ensino Básico e se você ainda tem alguma dúvida, pega o papel e a caneta e vem anotar tudo o que precisa.
Não se assuste com a papelada, burocracia e prazos. Tudo se resolve e se adapta a situação de cada pessoa. Para estas questões e para outras tantas que você precisa saber, convidamos estes leitores/amigos para relatarem suas experiências.
Vamos destacar aqui que todos os relatos, nomes e fotografias foram devidamente autorizados pelos entrevistados 😉
Ensino Básico: anos finais
Nossa leitora Janeide Lima veio para o Porto para fazer seu Doutorado. Eles ainda tem 2 anos letivos pela frente, pois Janeide fica até 2019. Conversamos com ela e pedimos que contasse um pouquinho da sua experiência.
Como foi o processo pra vir para o Porto? Você pesquisou sobre as escolas antes?
Vim fazer capacitação e, como não conhecia nada do país, vim sozinha antes. Ano passado fui buscar meu filho. Foi a melhor decisão que tomei, pois se ele tivesse vindo junto comigo em 2015 teria sido bem desgastante. Há documentos que devem vir quando transferimos os filhos para cá e, se vens só, sem o pai, tens de trazer as autorizações junto. Pesquisei já aqui as escolas antes de trazê-lo. Gostei de algumas, mas não consegui vagas, pois só conseguiria matriculá-lo na área onde morava. Em todas as escolas que fui, me enviavam para essa que ele está (não é das melhores). Existe a diferença em nomenclaturas: escolas são públicas e colégios, particulares. O processo de escolha é como falei: se for escola, é a mais próxima de casa. Já o colégio, pode ser pesquisado e não necessariamente próximo mas tens de ver se há vagas. Há colégios que estão com reservas para anos a frente.
Seu filho está em que etapa dos estudos (série)?
Meu filho está no 7º ano aqui em Portugal. No Brasil, ele estava no 7º ano. Chegando aqui ele fez a mesma série, pois quem determina é a escola.
Quais os documentos você precisou trazer? Precisou apostilar tudo, fazer equivalência de notas?
Quando um dos pais não está presente, tens de trazer uma autorização de moradia fora do país com assinatura reconhecida e devidamente apostilada e a transferência da escola de origem com histórico. Nessa transferência tem de constar as condições que a escola usa para avaliação (tem de estar explícito que as notas vão de 0 a 10) para que aqui possam equivaler. Além disso, precisa também do passaporte e do atestado de residência emitido pela junta (precisa constar o nome do filho no comprovativo). Todos os documentos que emitimos no Brasil precisam estar apostilados, pois, sem isso, não valem aqui.
Muitas pessoas tem medo do preconceito, vocês sentiram alguma reação a respeito?
Os portugueses são diretos em suas respostas, então preconceito não, mas há o choque cultural sim. Nas escolas que fui, o que me foi passado era que tinha obrigatoriamente de ir pleitear vaga naquela escola em específico perto de casa. O meu filho passou por algumas dificuldades. Nessa escola, os alunos não são comportados, falam boa parte da aula, atrapalham as aulas, os professores querem ensinar, mas alguns não deixam. Há os valentões. A dica é sempre conversar com o seu filho e, se for o caso, pedir mudança de turma.
Vocês perceberam muita diferença no sistema de ensino entre Brasil e Portugal?
Existe uma boa diferença, mas que pode ser contornada. Isso é devido a diferença na linguagem, a forma de ensinar é diferente, pois cada lugar tem seus hábitos. Meu filho gosta bastante do professor de físico-química e da professora de ciências.