Hoje venho falar para vocês de algo que desde que cheguei ao Porto eu procuro: tatuador. Esta pessoa maravilhosa que tem o dom de desenhar sobre a sua pele ou transpor história para ela de uma forma única. Quem já está aqui há mais tempo ou teve a oportunidade de me conhecer, sabe que gosto de fazer tudo direitinho e de ter as melhores informações possíveis antes de tomar uma decisão, certo? Por isso, passei bastante tempo pesquisando e até seguindo pessoas no Instagram para acompanhar a evolução do trabalho.
Eis que numa dessas em que eu estava mesmo decidida a fazer tatuagenSSSS, mas sem saber ainda com quem, o Studio Zero21Porto veio falar comigo, especificamente através do doce de pessoa que é a Katryn entrou em contato comigo dizendo que acompanhava o meu trabalho do Brasil (momento em que lágrimas escorreram), apresentando o trabalho deles, especificamente do Thiago. Eu que não sou boba nem nada já fui fuçar um pouco mais do studio e falei logo pra Katryn: CARA COMO O UNIVERSO É LOUCO, eu tava procurando isso exatamente agora!!!!
Olhando um pouco melhor, logo percebi que o estilo do Thiago era muito fine line, aquarela, black work e coloridas. Ou seja: fine line e blackwork sou euzinha na fila do pão. Já fiquei doida! Depois, fiquei de decidir as referências dos desenhos e também que gostaria de fazer. E aí, amores, libriana é daquelas indecisas que ficam normalmente meia hora decidindo, né? Mas ok, ufa! Consegui decidir! E em todas as etapas do processo em que havia dúvidas, lá ia eu encher o saco do Zero21Porto no Instagram, por DM mesmo e era muito rapidamente respondida – fato até que eu elogiei a Katryn por o fazer.
Dia marcado? Sim! Ideias decididas? Sim! Mas eita, pera! No meio do caminho uma amiga passou por “desventuras em série” e acabou vindo me visitar (sabe aquela coisa errada que a gente fica grata porque aconteceu?). Libriana impulsiva louca maravilhosa como ela é (e eu também sou), ela decidiu fazer uma tatuagem. E foi aí também que descobri que o valor mínimo das Tattoos lá no Zero21Porto são 60€ (mas se for uma tattoo bem pequenininha, dá pra fazer duas por esse valor, ou seja: falem com eles para pedir um orçamento da sua tattoo dos sonhos). Ela quis fazer uma frase. E por sorte conseguimos encaixar naquele dia. Convidei a torcida do Flamengo e do Corinthians pra assistir a minha tatuagem, com os meus pais incluídos, que estão aqui a passar férias e nunca tinha visto.
Chegando lá, depois de um dia mega cansativo de trabalho, lá fui eu para o Zero21Porto! Quando lá cheguei, acabou que todo mundo já tinha chegado – o que é raro e foi extremamente produtivo, uma vez que não precisei me perder, porque já tinham chegado lá! haha Lá no studio desses queridos, tudo ainda está tomando forma, mas o espaço é fantástico! A decoração por si só é fantástica e ali, segundo eles disseram, era uma videolocadora (será que este público está ciente deste antigo tipo de mercado? haha Me senti A PRÓPRIA senhora caquética fazendo essa pergunta agora). Todo mundo aqui sabe como é começar em um país novo né? E tenho certeza de que alguns de vocês também trabalham com prestação de serviços dentro deste novo contexto, né nom?
Pausa para informações geográficas
Bom, como a minha amiga já tinha chegado, ok né! Vai lá tu primeiro! Frase decidida, fonte também escolhida, hora de passar pelo momento “tatuagem de chiclete” em que o tatuador faz o decalque para a tatuagem e pronto, uma vez que tudo está decidido, chegou a hora de passar pra agulha. Cara, eu JURO que a tatuagem dela não durou nem 10 minutos. E estava fina como um fio de cabelo. Sério, ficou LINDA que só eu mostrando para vocês verem e entenderem! (lá embaixo)
Mas ok, agora passamos para a minha vez. O que iria tatuar? Bom, decidi que faria uma obra de um artista que faz tudo em uma só linha, chamado Salventius. Além disso, uma palavra escrita pelo meu amigo e a assinatura dos meus pais. Beleza! Hora de decidir o tamanho da ilustração, da letra do amigo e das ilustrações. Impressão vai, impressão vem, chegou a hora dos decalques. Me senti a libriana mais bem resolvida do mundo quando o Thiago colou a “tatuagem de chiclete” (decalque) em mim e eu, de cara, já fiquei apaixonada. haha
E então, vamos às agulhas?
Eita que essa é a hora que metade das pessoas que estão lendo aqui foram embora e a outra metade ficou só para ver o choro, lágrimas e sofrimento, né? Pois bem, para essa última metade que ainda está aqui para ver a bagaceira, já vou ter que infelizmente informá-los que não houve NADA de sofrimento. Por que? Porque a mão do Thiago é MUITO leve! Cara, se junta ainda com a tremeção lá da máquina então, aí é que você não sente nada MEIXMO.
Reprodução: Zero21TattooPorto
Enquanto tatuava, conversávamos sobre muitas coisas e uma delas foi sobre a questão de as pessoas preferirem tatuar no verão e não no inverno. Há problema de tatuar no verão? Não, desde que você saiba proteger, hidratar e cuidar da tua pele enquanto ela está passando por esse processo de cicatrização e o pós-tatuagem também. Mas é beeem mais difícil você se controlar a não ir para a praia em um dia de sol do que no inverno, correto? Por isso, a cicatrização é melhor e a cor retém de forma ainda melhor.
Primeiro, bora logo começar pelo braço. Suave, porém a maior. E foi realmente muito tranquilo. Depois seguiram a da lateral do braço (tipo perto do ossinho da mão) e achei tranquilo também. Amores, quando chegou na última, da altura do colo, perto do ossinho que temos nas saboneteiras, onde a pele costuma ser mais fininha… risos. Ele fez a primeira letra e eu já falei: opa, acho que aqui incomoda. Mas, conforme as letras foram se afastando dessa área “crítica”, tudo ficou melhor. Acho que foi o “medinho” de estar fazendo tatuagem em um canto que não os braços, porque para já só tenho neles. Tatuagens feitas? Hora de virar uma múmia e ser enfaixada, como mesmo disse o Thiago.
E depois?
Depois das orientações que foram dadas direitinhas ao longo do processo, vi que a Katryn havia me enviado uma espécie de documentinho ensinando como eu poderia cuidar da minha tatuagem durante essa próxima fase que ia começar. Cara, e que fase tranquila. Eu não sei se tem relação direta com a aceitação da tinta ou com a minha mudança de alimentação sem leite/derivados (que são altamente inflamatórios para o corpo), mas eu não tive nenhum problema com a cicatrização e inclusive estava achando estranho pela demora em sequer fazer a casquinha. Foi realmente o oposto de outras tatuagens que já tive e elas descascavam beeeem mais.
A importância de confiar no tatuador
O que eu mais prezo quando estou indo fazer a tatuagem é uma coisa que transcende as competências da pessoa. Quantos tatuadores que eu não vi e que pareciam incríveis, mas não tinham tato para lidar com as pessoas; ou maltratavam as suas peles na pressão que usavam na agulha; ou até mesmo não estavam disponíveis para responder uma das minhas questões? Isso tudo faz parte do serviço que você está adquirindo e sempre pense que é a sua pele, a sua saúde e principalmente é um direito seu de perguntar tudo o que quiser e quantas vezes forem necessárias.
Um exemplo: eu tenho alergia à componentes muito específicos por ter alergia a alguns componentes metálicos. Sim, isso aparece lá no meu exame de sangue. De qualquer forma e ainda que no meu exame esteja destacado que este tipo de componente está presente em tintas de tatuagem, não são todos que trazem isso. Por isso, no meu caso, é extremamente importante para o meu bem físico e saúde que eu verifique se a tinta possui algum elemento destes. Assim sendo, perguntei logo à Katryn sobre qual a tinta que eles usavam. Ela disse que usam as Intenze e Dymanic. Eu fui logo pesquisar a composição e fazer a contraposição entre os elementos que procurava e a composição. Pronto, ufa, sinal verde. Não havia a presença de nada daquilo.
E o quê mais, Camis?
O resto das minhas impressões, cicatrização e tudo mais, queria que vocês vissem aqui: