É aquilo que sempre dizemos: temos que viver para poder vir contar experiências aqui pelo Maracujá Roxo, lembra? Então eu vim aqui para falar com vocês sobre o que achei sobre o NOS Primavera Sound, um dos maiores festivais de música que acontecem aqui no Porto. Vem comigo?
Para quem não sabe, desde que cheguei aqui no Porto, em agosto de 2016, já passaram 3 NOS Primavera Sound e é aquilo que falam… na terceira, vai! haha Neste ano, graças a deus as condições deram uma melhorada e o respiro foi suficiente para que eu me preparasse para ir ao primeiro festival da minha vida. Os festivais no Brasil não são lá muito acessíveis e, além disso, normalmente ficavam mais em eixos que não incluíam Brasília, o que faria com que eu gastasse também com transportes e alojamento.
Quanto que custa?
Os valores são muitos porque varia bastante da época em que você vai comprar e o que vai querer, mas o passe diário para 2019 custou 56€ e o passe geral (para 3 dias) antecipadamente (Early Bird) custou 95€, que depois subiu para 103€ e, para quem deixou para em cima da hora, 117€. Ou seja, compensa muito mesmo comprar o Early Bird para 3 dias – planejamento é TUDO, lembra?
Aí você compra pela internet, no dia leva o seu papel impresso para mostrar lá na tenda (não sei se existe isso na versão ecológica, comenta aí se você sabe) e eles trocam isso por uma pulseira para os 3 dias + um cartão para entrada e saída do ambiente (uma vez que você pode entrar e sair quantas vezes quiser com o passe geral).
E como que é para comer e beber por lá?
É aquele esquema que sempre ouvimos de qualquer festival ou evento fechado: valores altos. MAS, se você está na vibe low cost que temos, cabe a você dar uma pesquisada no campo para ver as opções e se vale a pena ou não. Exemplo: fiquei apaixonada pelo burrito de um restaurante mexicano de Lisboa chamada Guacamole e o valor do burrito grande era 7€. Normalmente, como em outro lugar e costumo pagar cerca de 6,5€. Ou seja, elas por elas. Uma sopa em um local era 2,5€ e em outro 3,5€.
Para beber, havia várias barraquinhas ao longo de todo o espaço com os dizeres: superbock (para cervejas, sangria, somersby, sucos, águas e refrigerantes), somersby (só para somersby), caipilovers (para caipirinhas), havia um outro para drinks que não me lembro o nome agora e o mais amado de todos por mim: o pavilhão da água. Lá no pavilhão da água, que é da Câmara Municipal do Porto, eles distribuíam águas saborizadas e chá de camomila. A minha velhinha interior agradeceu muito porque principalmente quando ficava de noite estava um vento e um frio horríveis.
O engraçado foi que não percebemos a existência do Pavilhão logo na primeira, então eu comprei uma água antes disso e paguei 2€ em uma água pequeniníssima. A superbock de 250ml (ou 25cl como eles dizem por aqui) era 2,50€ e a de 500ml custava 5€. O copo do local, assim como em todos os lugares ultimamente por aqui no Porto quando há eventos, são de plástico e retornáveis, então você paga 1€ pelo copo e pode reutilizá-lo quantas vezes quiser, devolver no fim do evento e pegar seu 1 eurito de volta 😀 Showde!
E os banheiros?
Ai, nossa senhora, mas tem um tópico até pra isso? Sim senhores! Vai dizer que não é algo que você pensa minimamente quando vai em uma festa, show ou festival? Bom, eu penso, então lá vai: os banheiros me surpreenderam MUITO. Além de serem bem grandes, com VÁRIAS entradas e realmente muitas cabines, não eram banheiros químicos. Tudo estava organizado, limpo e chegava a ter pias e espelhos em vários, fora que TODOS tinham papel higiênico e para secar as mãos do lado de fora. Parecia que cada “grupinho de banheiros” tinha a sua galera responsável – fosse pela limpeza ou pela organização de filas (que aconteciam principalmente nos fins de cada show).
Ponto ruim: havia um sinal para não jogar o papel no sanitário, mas não havia nenhum lixo dentro da cabine, então todo mundo jogava no vaso. Resultado? Entupia né, mores. Mas nem todos estavam assim.
Como chegar por lá?
Normalmente, lá no site eles deixam uma seção toda de “como chegar” e eu acho que é realmente MUITO tranquilo ir de metro ou ônibus (autocarro), porque tudo é bem direitinho a termos de horas e proximidade do evento. Durante os 3 dias, nós pegamos um autocarro (502) para ir e descíamos na Praça Cidade Salvador – bem em cima da entrada do festival. Nas paradas, havia bem especificado quais linhas levavam para o NOS Primavera Sound e foi tudo muito organizado.
Para voltar, o esquema foi o mesmo. A partir de 1h, havia serviço de linhas de ônibus que levavam até a Avenida dos Aliados, no centro do Porto, de onde podíamos andar para onde quer que fôssemos. Como tínhamos o andante mensal (3Z), não tivemos de pagar nada, mas, para quem tinha de abastecer, havia uma tenda andante dentro do evento e também uma van com o mesmo serviço próximo ao local de pegar o ônibus. SU-CES-SO!
Brindes para que te quero
Amore, já paguei “caro” pelo ingresso, agora que é a hora que isso já foi pago, eu vou pegar tudo e qualquer coisa de brinde que for relevante pra mim. Junto da pipoca da edp, eles davam uns lenços e eu já pensei que nem que fosse para limpar coisas, ele daria bom. Ecobags, por que foram inventar de dar 1 de cada cor? E é isso né: tenho 1 de cada cor porque sou a louca da ecobag. A Água das Pedras estava com uma brincadeira de color dip (marmorização com tintas que brilhavam na luz negra); a Instax estava com um sorteio de 4 câmeras que bastava tirar foto e participar com os códigos que davam em cada uma delas (nem gosto de fotografia e muito menos de polaroid, né mores, imagina…); Minhas compras agradecem. Consegui junto da DECO Proteste umas sacolinhas de algodão para colocar os legumes só ao jogar um jogo. Minha dica: se joga nos brindes amore (e se você vai mais de um dia, suas chances de brindes são triplicadas!).
E o que você achou? Valeu a pena?
É claro que eu só tenho como falar sobre a edição que participei que foi esta de 2019. Para um primeiro momento, só pensava o tanto que o cartaz parecia fraco este ano, principalmente se compararmos o evento original, em Barcelona. Lá teve Miley Cyrus, Mac DeMarco, Tame Impala, Carly Rae Japsen, Janelle Monáe, Robyn e outros mais. Alguns dos artistas que vieram de lá passaram por aqui também, como foi o caso do Interpol, Solange, Rosalía, J Balvin, Miya Folick, James Blake, Erykah Badu e outros.
Vi algumas pessoas criticarem o evento, fossem pelos cancelamentos (que totalizaram 4), pelo line up fraco ou pelo fato de o Primavera Sound estar se transformando em uma espécie de Coachella, em que não importa muito o cartaz, porque é mais um “evento social” e principalmente voltado para as redes sociais. Bom, não foi isso que EU vivenciei. Via pouquíssima gente mexendo nos telefones ou levantando os celulares para gravar (fato que foi até chamado atenção pela musa Solange) e eu mesma não tive grande vontade de parar de viver aquele momento para compartilhar – por isso só compartilhei nos stories lá do nosso insta momentos pontuais e no fim dos 3 dias.
Outro ponto positivo muito grande foi o uso dos copos retornáveis, dos canudinhos biodegradáveis (palhinha aqui, lembra?) que tem invadido a cidade e a consciência das pessoas, via-se pouco lixo pelo chão e gramados. Claro que havia copos no chão da mesma forma, mas aí você também via muita gente aproveitando porque cê lembra que cada copo vale 1€ (ou uma lembrança), né? Esperteza, hm?
