Slow blogging: quem é você na fila da produção de conteúdo?

Quantas vezes aqui no Maracujá Roxo vocês já nos pegaram falando sobre a nossa produção de conteúdo não focada em números e sim na qualidade de um conteúdo que vai impactar na sua vida e te promover mudanças? Nos últimos tempos, o mundo que envolve a produção de conteúdo tem sofrido alterações e normalmente, o que pouca gente pensa é na vida de quem os produz – se compararmos com quem os consome. Então senta aqui, que hoje a gente precisa conversar.

Há algum tempo tenho tido experiências das mais variadas no mundo de produtores de conteúdo que me fazem realmente refletir sobre o que tenho vivido e, normalmente, não ter com quem conversar que realmente entenda o que eu estou falando no meu ciclo mais próximos de amizade, acaba me gerando uma ansiedade. A intenção deste post é expor um pouco das discussões que tenho acompanhado na internet e vivido intensamente dentro de mim, como o final de um campeonato do seu esporte favorito – ou o último episódio que passou do Game Of Thrones.

Acho que quando imaginam a vida de um produtor de conteúdo, independente da plataforma que seja (blog, instagram, facebook, youtube, twitter, entre outros), as pessoas logo associam aos eventos que são convidados, aos produtos que serão “recebidos” em casa, ao dinheiro em troca de propagandas de serviços que podem ser explicitados enquanto publis ou não e outras coisas positivas. Mas é muito raro as pessoas falarem sobre a vida real deste tipo de trabalho ou de qualquer tipo de trabalho: afinal, quem quer ouvir lamúrias ou relatos que parecem soar reclamações? Problemas eu já tenho na minha vida!

Person Holding Iphone Showing Social Networks Folder

Vendo produtores de conteúdo como JoutJout, Nátaly Neri, Fê Canna, Maíra Medeiros, Paulo Cuenca e tantos outros que levantaram discussões nos últimos tempos, bem como acompanhando o caso do Whindersson que, enquanto ícone maior de sucesso de produção de conteúdo do nosso país segundo números, assumiu-se em estado depressivo, achei que era mais do que imprescindível vir falar com vocês sobre este outro lado. Espero, mais uma vez, encontrar do outro lado da tela, pessoas que entendam e reflitam também sobre seus hábitos de consumo de conteúdo.

É com base em tudo o que estas pessoas estão falando e agindo que plataformas da família Zuckerberg e outros estão fazendo testes em mudanças nas suas plataformas: mudança na câmera dos stories ou sticker de doações, sumiço da contagem de likes, venda de infoprodutos diretamente de produtores de conteúdo, entre outras features em teste por aí ao redor do mundo.

person using Android smartphone

Para começar, acho que ninguém discorda que vivemos em uma sociedade cada vez mais imediatista, em que proposições de “se vender” nos primeiros 15 segundos de um story são regra para não perder a atenção; em que deve-se marcar hashtags para ter mais engajamento; mencionar pessoas e fazer colabs com marcas para atingir mais pessoas; abordarmos o tema do qual todos estão falando, para não passarmos despercebidos perante a nossa comunidade; constantemente tentar ter ideias inovadoras, entre tantas outras coisas. Isto tudo ainda dentro de um mundo totalmente ligado aos algoritmos e aos números de corporações que criam artifícios para te prender e fazer produzir, no fundo, para eles.

Se olharmos o outro lado da moeda (desta mesma perspectiva realista), contamos com os produtores de conteúdo, que geram posts vazios só porque “hoje é dia de entrar post”, mesmo que eu esteja me sentindo um lixo, cheia de cólicas, boletos e problemas pessoais; pagar ads porque um post não teve um alcance tão bom quanto se esperava e isso pode fazer o seu alcance cair; conteúdos que são copiados de outros produtores sem nenhuma referência ou menção ao trabalho que foi realizado por ele (juro que não consigo entender como a cabeça das pessoas funciona sobre isso ainda); concorrência entre produtores de um mesmo nicho em troca de informações exclusivas, melhores, mais completas, …; entre tantos outros aspectos.

Com relação às parcerias, também é importante atentarmos o quanto que realmente este serviço ou produto te representa ou pode representar as pessoas que te seguem, porque transparência e honestidade são definitivamente valores basais de qualquer relação. A Fê tem um destaque no insta dela chamado “parcerias” que eu te aconselho a ir olhar (para além da newsletter em formato de cartas no site dela que te recomendo a assinar), porque os temas que ela traz e a forma como ela aborda são fantásticas. Mas, pode contar que no Maracujá, além disso, sempre estaremos abertos a incentivar negócios locais que tenham a ver com os nossos valores e nos quais acreditamos que possam fazer a diferença para a vida das pessoas que nos seguem.

Por aqui, sei que sempre falamos muito que a nossa prioridade é passarmos pelo processo na pele com as ressalvas de que cada caso é um caso, mas relatar a nossa verdade. O que sentimos, como foi a situação e de que forma podemos ajudar. Muitas vezes, é viver a situação em completo e relatar da forma com a qual achamos que seja a melhor. Leve o tempo que levar. E isto não é por falta de compromisso, não é porque não me importo, porque não me interesso ou porque esqueci. Mas sim, a ansiedade da produção de conteúdo nos afeta e nos faz questionar as nossas intenções originais e os nossos processos. E isto é normal.

three pupas

O importante é estar consciente do que isto te faz e como afeta o que você faz. Sempre vivemos, aprendemos e tentamos ver como passar a informação de forma responsável e segura – falando com instituições responsáveis, profissionais da área ou pessoas que saibam além do que sabemos. Não tem mal nenhum nisto. É se reconhecer em seus limites e reconhecer o outro nas suas virtudes em prol de um conteúdo de qualidade.  E isso não quer dizer que mesmo com todos esses cuidados, meu tempo de produção e etc, ainda assim não se erre. Somos humanos, vamos errar. Vamos aprender com os nossos erros.

Foi em meio a uma destas crises e recém conhecendo a Bruna, nossa colaboradora, que ela me enviou o vídeo sobre slow blogging da Nátaly Neri e assim: foi uma das primeiras vezes que me senti abraçada virtualmente e acalmando um pouco desse bichinho que trago dentro de mim.

A velocidade da internet e a da minha vida são diferentes. Tentar superar para ter mais likes e comentários é impossível.
Nátaly Neri

A sensação de atraso é algo constante na vida de um produtor de conteúdo. Aqui no blog (assim como em outros), há a gerência da parte administrativa, comentários em, no mínimo 5 locais diferentes, e-mails, produção e edição de vídeos, fazer fotos, construir posts para diferentes plataformas, adaptadas às suas necessidades e públicos, fora estar sempre presente e atenta aos acontecimentos. Isto gera ansiedade, aquele F.O.M.O. (Fear Of Missing Out – medo de ficar de fora) básico de todo dia, fora os comentários que, por vezes, chegam como voadoras e que, no caso destas produtoras de conteúdo maiores chegam a ser bastante agressivos.

Crie um ambiente fértil para a sua produção de conteúdo

good vibes only signage

Danielle Noce criou um desafio meio detox social um dia desses numa das suas aulas interneteiras em que ela propunha que deletássemos pessoas que não nos fazem bem. Pois bem, façam isso! Por que raios seguir aquela pessoa tóxica que te faz mal, que produz um conteúdo que não te agrada ou que, de qualquer forma, te faz desacreditar dos teus sonhos? Rodeie-se de pessoas (também na internet) que te impulsionem a alcançar os seus sonhos do jeito que você é, com o conteúdo que produz.

Isto é fácil de fazer? Claro que não, porque quanto mais adentramos nesse mundo que tem muitas coisas boas e outras nem tanto, nos deparamos com situações que põem à prova inúmeras vezes os aspectos que precisamos melhorar, aquele detalhe que já tínhamos achado que estava superado, mas na verdade não. É conhecer a tua comunidade e te conhecer ao mesmo tempo, junto e misturado.

Sejamos mais compreensivos

Para eu ensinar algo, eu primeiro tenho que ter aprendido esse algo, certo? Então, é necessário tempo para as coisas que se aprende e viver aquilo que se pretende experienciar. Ainda assim, como disse antes, depois de todo um conteúdo produzido com tempo e cuidado, que parece ser ideal para a nossa perspectiva, pode não estar. Mas como Jout Jout disse em seu vídeo (abaixo), é como se tivéssemos (insira o número da sua audiência aqui) de pessoas sendo os nossos mini-chefes. Haverá os “deusa sensata” e os “te odeio para sempre, pessoa burra”. Somos pessoas escrevendo para pessoas. Um pouco de empatia e bom senso cairiam muito bem.

Podemos estar no momento que marcará o fim de simples feeds bonitos , aumentará a necessidade pela busca pela autenticidade (como nas últimas campanhas dos batons da gucci, primark e hm) e aumentará a distinção entre produtores de conteúdo relevante dentro dos seus nichos. Mas tudo isso só poderemos ver nos próximos capítulos – e eu confesso que já estou ansiosa.

Neste post alongado (e que ainda assim sinto que não falei metade do que queria), queria deixar para vocês esse vídeo lindo dessa mulher incrível e os dizeres de Nátaly Neri:

Blogar na velocidade da vida é respeitar você, é ser sincera com seus processos, seus propósitos e se responsabilizar por todo o conteúdo que você coloca online. É seguir a minha verdade seja qual tempo ela tiver. É poder compartilhar algo rápido, imediatamente se assim for possível e desejável, mas é também poder pensar e refletir sobre isso e compartilhar 3 semanas depois, sem correr o risco de cair no esquecimentos. Blogar na velocidade da vida não é querer que vocês só engajem no meu conteúdo, mas é eu também poder me engajar com ele também. É ser honesta e compartilhar coisas que eu gostaria de consumir ou simplesmente compartilhar algo porque eu quero, sem estar presa a like, a engajamento, a números. Postar algo porque eu senti que é relevante ou porque eu tive vontade de postar. É seguir a sua verdade, no seu tempo, seja lá ele qual for, é manter a sanidade, manter o equilíbrio digital, é não se render ao monstro digital que as vezes parece que quer a sua alma.

*A foto da capa é da maravilhosa @enpassantfotografia e logo mais trago novidades muito maravilhosas para você, mas nos destaques do nosso instagram, damos 15% de desconto para leitores do Maracujá Roxo atualizarem seus books fotográficos na cidade do Porto.


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