Eu não sou daqui e tu tampouco: mudando de Portugal para a Holanda

Quando eu pensei em escrever esse post, já tinha passado por diversas situações sobre o tema mudança. Nesse caso, mudança de país dentro da Europa. Certo, depois de relatar para todos os amigos e família sobre a nossa experiência de transição, optei em compartilhar um pouco dela com vocês.

É estranho falar sobre isso, assim, apenas pela escrita. É que, olhando no olho, conversando pessoalmente, fica mais fácil e muito mais real sentir e compartilhar sensações. Por isso, antes de tudo, eu quero ser muito sincera com vocês e gostaria que, vocês também fossem comigo. Esse espaço não é para abrir discussões agressivas ou mesmo julgamentos, é um espaço de compartilhamento de sonhos, anseios, desejos, pensamentos, reflexões. Assim como eu, um “bucado” de gente está passando por isso ou já passou.

Portugal é – e sempre foi – um país que diz muito sobre mim e sobre a minha família. Portuguesa, com certeza, minha família desbravou o grande Oceano em busca de sonhos maiores e melhores. Eu nasci em solo brasileiro, no sul do Rio Grande do Sul, em uma cidade litorânea, com colonização portuguesa até na alma. Cidade de pescadores, gente simples e muito batalhadora. Aprendi sobre Portugal antes mesmo de saber que moraria no país. A azulejaria da minha terra é portuguesa, a Jurupiga (ou Jerupiga), também! Amo muito Portugal e esse amor me levou a viver além-mar no ano de 2009.

Nesse ano, eu fiz um intercâmbio que mudou a minha vida por completo. Em todos os aspectos que vocês podem imaginar: to-dos! Conheci grandes amigos, meu companheiro de vida, comi MUITO pastel de Belém (sim, lá em Belém mesmo), bacalhau, ‘batas’ com bacalhau e natas, natas com bacalhau e batatas e mais uma derivação, bacalhau com batatas e natas, HAHAHAHA. Quando voltei para o Brasil, depois de ter vivido essa experiência, eu decidi que minha vida era pra ser vivida nessas bandas daqui. Como sou filha de uma guerreira sem limites, sempre ouvi: “Voa para onde teus sonhos te levarem”. E, foi por isso que fiz minha base ainda no meu país e decidi fechar um ciclo na terrinha. Passei no Doutorado e, junto do meu amor, fomos viver em Portugal.

Eu não sei dizer para vocês o quão grata eu sou por todos os caminhos que eu andei (e ainda vou andar). Mas posso contar um pouco pra vocês de como foi viver 1 ano em Portugal, no Porto. A gente encontrou muita gente linda por lá, amigos portugueses e brasileiros. Muitos ainda moram lá e outros já não mais. Fomos muito bem recebidos pelos portuenses e, vivemos de perto a cultura deles. De vibrarmos com um jogo no Estádio do Dragão até compartilhar de rotina de vida. Foi lá que eu decidi largar a vida acadêmica e pasmem, pra mim isso foi uma bênção.

Também foi em Portugal que tivemos lindas conquistas pessoais. Mas também foi lá que eu senti na pele como é ser mulher brasileira em Portugal. Também foi em Portugal que, eu comecei a entrar em estado de “paralisia” por não ver uma perspectiva de crescimento financeiro. Tudo bem, cada coisa à seu tempo – e eu bem sei disso. Mas, de fato, isso me inquietou. Inquietou tanto que, pagar as propinas de um doutoramento foi tarefa impossível. Meu companheiro trabalhava e curtia muito o lugar, eu também. Mas era bem difícil pensar em aproveitar qualquer “luxo” que fosse. O dinheiro era contadinho, apertadinho, mas sinceramente: vivíamos bem com esse pouquinho.

Foi aí, quando tudo parecia estranho e sem rumo, que a oportunidade de mudar de cidade apareceu. Foi mais que isso, mudar de país! E agora? Para nós dois, isso não foi nenhum problema, “Nunca estamos quietos, somos tras humantes, somos padres hijos nietos y biznietos de inmigrantes”, como canta Jorge Drexler (ai, ai…suspiros profundos pelo dono da minha alma!), e necessitamos estar sempre em movimento. Mas o que apertava o nosso coraçãozinho era o amor que temos pela terrinha. Estávamos com uma proposta de morar na Holanda.

Holanda? Oi? Nunca nem pensei em pisar ali (e não pensava mesmo!). Tinha o maior preconceito com a cidade de destino, Amsterdam. Chorava litros só de pensar que eu tava PHUDIDA porque não sabia falar inglês. Meu coração doía num tamanho que, nem me afogando no jurupiga ia resolver. Mas tudo, tudo tem hora certa para acontecer e tudo o que buscamos é merecimento do que plantamos. Tudo (coisas boas ou ruins). Depois de muito chororô e de pedir a opinião de quem gostamos, de compartilhar essa angústia com pessoas sábias e maduras o suficiente pra dizer o que pensam sem que tivessem medo de que interpretássemos errado, decidimos mudar.

Beautiful puddle reflection of a small artisan town in Europe.

Em uma correria insana, eu dei tudo o que podia e vendi o que dava. Decidimos levar nossas mochilas (e meus milhões de livros) para a terra do queijo, moinhos, tulipas e stroopwafel. Chegamos em Amsterdam cheios de medo, inseguros com a burocracia daqui, tropeçamos em muitas dúvidas, porque aprendemos muito sozinhos, mas, ao mesmo tempo, tivemos ajuda de grandes amigos. Hoje, eu posso dizer para vocês que, sou muito feliz com esta decisão. Crescemos muito com tudo isso. Aprendemos que, ressignificar é a palavra de ordem da vida e, eu sempre uso essa palavra desde que aprendi o significado dela. Aqui, as coisas fluíram, as experiências são novas, porque a cultura é completamente diferente do que vivíamos em Portugal (e querendo ou não é muito próxima do nosso Brasil), mas nem tudo são flores.

O que eu quero dizer com isso tudo é: mudanças sempre vêm para lavar a alma. Esteja aberto a novas perspectivas de vida. Se você está em Portugal e está sentindo que a “coisa” toda está muito difícil, cogita mudar. Olha o leque de países lindos que tem nesse mundão. Se você tem dupla nacionalidade então, pode transitar por aí com tanta facilidade. Você só não pode é ficar parado, reclamando do país que te acolheu e como consequência das pessoas que estão à sua volta e reproduzir um padrão de ódio. Sabemos bem que financeiramente a coisa tá devagaritcho em Portugal – não fosse isso, os próprios portugueses estariam optando em construir suas vidas no país e não migrando. Não dá para comparar um país com o outro. Cada um tem sua identidade. Se você quer saber qual país é a melhor escolha eu te respondo: aquele que faz sua alma vibrar! E só pra completar, eu tô sempre em movimento 😉

 

Você se identificou com algo? Conta pra gente um pouquinho da sua experiência,
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